segunda-feira, 22 de abril de 2013

Recomeçando meu intercâmbio

Página virtual 14 do Jornal Gazeta do Oeste: http://www.gazetadooeste.com.br/edicao.php?data=2013-04-21


Não é segredo para ninguém a minha profissão, minha formação e meu “estilo de vida” quando morava em Mossoró. Mesmo não sendo rica, sempre pude usufruir de uma vida confortável (apoio da minha família, casa e carro próprio, festas, roupas, etc). A realidade que estou vivendo em Dublin (Irlanda) é algo totalmente diferente. Aqui não tenho parentes, são raros os conterrâneos, trabalho em “subemprego”,  não tenho mais meu carro e hoje conto como transporte apenas meus pés (uma vez ou outra o ônibus) e bicicleta. 
Quando chegamos em novas terras nos sentimos totalmente livres nos primeiros momentos e acreditando que aquele é apenas o primeiro porto de muitas viagens. Mas não demora muito para “cair a ficha” e perceber que morar fora e viver em Euros (para quem ganha em reais) é muito complicado. Tudo que antes parecia ao alcance das mãos passa a se tornar algo um pouco mais longe. Viagens, compras e tudo mais são planos para um segundo momento.
Estou trabalhando na Irlanda, mas apenas 12h por semana. Esse dinheiro é a quantidade que preciso para viver. Então, só posso gastar apenas com o que seja relativo a estudar, ter um teto e comer. “Nada mais”. E ninguém vive feliz sem esse “tudo mais”. Por isso resolvi modificar tudo. Morava em um quarto com cama de casal só para mim. Agora estou numa casa com mais 5 pessoas e divido meu quarto com mais três. Entre elas uma outra Mayara, uma Nayara (isso que chamo destino) e uma linda coreana chamada Hanna. Além delas, temos mais dois meninos na mesma casa em um outro quarto.
Acabei meu namoro que já fazia 3 meses, comprei uma bicicleta (agora quase não pego ônibus – só faço andar a pé e de bicicleta) e também comecei uma dieta (agora só como frutas, verduras e coisas saudáveis. Nada de pão e frituras). Agora eu pergunto junto com você: porque tantas mudanças? Acho que no intercâmbio o que menos aprendemos é o outro idioma. Aprendemos muito sobre relacionamento, nos conhecemos melhor, aprendemos a dar valor ao que mais importa na vida  - em especial a nossa casa e nossa família.
Acho que recomecei novamente meu intercâmbio e a minha vida. Mudanças chegaram e foram bem vindas. Espero que venham ainda mais. Se você tiver o sonho ou objetivo de estudar fora se disponha a mudar muito e/ou tenha muito (ponha bastante intensidade nesse muito) dinheiro para bancar isso. Vejo mudanças em mim todos os dias. A cada amanhecer aqui vejo o mundo com olhos menos preconceituoso e cada dia mais estou me desapegando a coisas que antes me pareciam imprescindíveis para minha vida. E se é para recomeçar: que seja logo e para mudar tudo – pois só não muda aquilo que não vive. Viva, mude para melhor. 



Um mundo melhor e um sofá para chamar de seu em cada canto do mundo



Se você é aventureiro (e até quem não é) já sonhou em viajar o mundo todo. Em sonhos viajamos o mundo, mas também, buscamos fazer novos amigos que pensam como nós. Imaginem conseguir realizar isso tudo e ainda "descolar" hospedagem ou alimentação de graça! Bom demais, né? Isso é possível e real. Estou falando do grupo mundialmente conhecido como CouchSurfing. De acordo com informações do wikipedia.org, o “Projecto CouchSurfing” (CS) é um serviço de hospitalidade com base na Internet que em 2012 atingiu a marca de 1 milhão de membros em mais 180 países e territórios.

Participar da criação de um mundo melhor, procurar ligar pessoas e lugares internacionalmente, criar trocas educacionais, fomentar consciência coletiva, espalhar a tolerância e o entendimento cultural são alguns dos objetivos do grupo. Além de possibilitar um sofá disponível em diversas partes do mundo, claro! Mas como fazer isso tudo viajando? Fácil. O grupo não se resume só a viagens. Existe encontros reais e também momentos onde eles trocam informações virtualmente. Formam verdadeiramente uma comunidade. Se você estuda outro idioma, possivelmente, encontrará amigos da comunidade para conversar no Skype também. Esse é o espírito dos integrantes!

“O CouchSurfing não é mobília, não é encontrar alojamento gratuito por todo o mundo; é estabelecer ligações por todo o planeta. Fazemos o mundo um lugar melhor abrindo as nossas portas, os nossos corações e as nossas vidas. Abrimos as nossas mentes e damos as boas vindas à sabedoria que a troca cultural oferece. Criamos ligações profundas e significativas que cruzam oceanos, continentes e culturas. O CouchSurfing quer mudar não só a maneira como viajamos mas também a maneira como nos relacionamos com o mundo!", assim que os organizadores descrevem a comunidade.

O grupo foi iniciado em 1999, por Casey Fenton, ao registrar o domínio couchsurfing.com. Hoje, 14 anos depois, podemos dizer que o movimento está consolidado. Sem dúvidas a Europa é a região de mais facilidade e opções de viagens. Mas o grupo atua também na América Latina e do Norte, Continente Africano e Asiático. Se você se interessou pelo tema, busca no google e no facebook “couchsurfing” que você pode finalmente encontrar os amigos que sempre procurou e achava que nunca teria oportunidade.
Sou cadastrada, mas não sou atuante. Ainda. Conheço algumas pessoas que tiveram a oportunidade de passar a virada do ano em viagens internacionais junto ao grupo. Elas me falaram muito bem da experiência. Me interessei pela a ideia. Espero em breve participar de algum movimento e quem sabe voltar a escrever sobre isso para vocês. Se tiver informações ou experiências que deseje relatar, vão ao viverserfelizeviajar.blogspot.ie/ e deixem sua opinião ou dúvida. Até a próxima viagem.